Parque Tupã é o nome que eu e minhas filhas quando crianças chamávamos como Parquinho Velho. Existem vários espalhados pelo Brasil, e aqui segue o registro para o futuro, de quanto a gente se divertiu.
Aqui no Paraná tem um famoso, chamado Tupã. Uma ou duas vezes por ano este parque dessembarca ou vinha a cidade ( não sei quando vai ler se existe ainda), e eu e as meninas adoramos.
Fui atrás da história e descobri que em 1995, o Park Tupã desembarcou em Curitiba pela primeira vez com apenas 12 brinquedos. Inicialmente, ocupou um espaço na Avenida Paraná, no bairro Boa Vista. A procura foi considerada boa pelos proprietários, mas um senhor aconselhou a mudar de local e indicou o terreno ao lado do estádio Pinheirão.
No Tarumã, os curitibanos aprovaram a alteração com animação e a rotina de visualizar os brinquedos em janeiro e fevereiro virou rotina. Nos dois primeiros meses do ano, o Park Tupã fica na capital paranaense. Depois segue para Joinville, Florianópolis, Porto Alegre, Blumenau e Ponta Grossa.
Para agradar a todos os gostos e pedidos, o Park Tupã tem hoje 20 brinquedos. Para levar toda uma estrutura pesada como a montanha russa, kamikaze, chapéu mexicano, crazy dance e outra quantidade absurda de ferro, 28 carretas formam o comboio que viaja pela região Sul.
Para a montanha russa, por exemplo, são necessários três delas. Além disto, os funcionários possuem trailers e motorhome que acompanham os caminhões.
História do Parque Tupã
A história deste parque começa a 526 quilômetros de Curitiba. Na pequena cidade de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, um jovem de 17 anos buscava trabalho e tentava melhorar a imagem dentro da própria família.
Com fama de preguiçoso e sem jeito para a enxada, Hugo Aloisio Mayer, foi obrigado pelo pai a ir até a única oficina mecânica da cidade, mas encontrou no caminho um circo. Sem ter nenhum conhecimento da arte circense, Hugo pediu uma oportunidade e conseguiu uma ocupação na limpeza.
“Meu avô chegou a falar que eu era a ovelha negra da família e isto ficou marcado na minha cabeça. Consegui o trabalho no circo e lá fiquei nove anos. Tirei até rato da lona, mas passei ao picadeiro. Foi um enorme aprendizado de vida”, relata Hugo, hoje com 69 anos.
Em 1977, Hugo acabou conhecendo a mulher que se tornaria sua esposa (Índia Mayer). A família dela tinha um pequeno parque de diversões e após o casamento, a ideia de unir a mobilidade do circo com os equipamentos de diversão virou objetivo.
Como o custo para a aquisição das atrações era alto, o casal vendeu propriedades e até o carro usado pela família. “Para comprar os objetos, nós vendemos uma casa em Laguna, um Chevette e um ponto de táxi em Concórdia. Com o dinheiro, nós adquirimos uma roda gigante de dez cadeiras, um chapéu mexicano, um aviãozinho feito de latão de diesel e um carrossel”, lembra Hugo, que com as novas aquisições inaugurou no mesmo ano o American Parque.
O sucesso com as famílias começou a render frutos com o investimento e o parque com nome americano atraiu a atenção de prefeituras da região Sul e Sudeste. Em 1982, na cidade de Tupã, no interior paulista, os brinquedos foram adesivados com a logomarca do município. O evento ocorreu normalmente, mas as crianças começam a chamar o parque de Tupã. Hugo e Índia gostam do que escutaram e a história se alterou: o American Parque passou a ser o Park Tupã.
Veja algumas das atrações do Parque Tupã
Crazy Dance em 2018
Kamikaze em 2020
Kamikaze eram os pilotos japoneses que na guerra se jogavam sobre os porta aviões quando não tinham como mais atacar com balas ou misseis. Mas também é um brinquedo fechado, criado por volta de 1930, geralmente encontrado em parques de diversões antigos, que eu e as minhas filhas carinhosamente apelidamos de Parquinho Velho.