Guimarães no norte de Portugal possui um centro histórico medieval, bem preservado, classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, e muitos dizem que merece uma visita demorada.
Esta cidade, que teve um papel fundamental na formação do país, fato orgulhosamente lembrado nas suas muralhas pela inscrição “Aqui nasceu Portugal”. Acidade se distribui por um terreno com inclinações que implicam diversas subidas e descidas, nem sempre fáceis para pessoas com dificuldades de locomoção.
Em algumas ruas os passeios são estreitos, o que também coloca obstáculos nas deslocações, mas o pavimento apresenta um bom estado de conservação, permitindo uma circulação estável e confortável. Para descobrir os seus muitos encantos propomos alguns pontos de visitação.
Plataforma das Artes e Criatividade
Um edifício resultante da reconversão do Mercado Municipal através de um projeto de arquitetura premiado. Com salas de espetáculos, espaços para exposições e o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, este é um espaço totalmente acessível a todos, o que já não acontece no próximo local a visitar.
Museu Arqueológico Martins Sarmento
Um dos mais antigos museus do género não permite um acesso autónomo devido às barreiras existentes.
Largo do Toural
Um espaço amplo e totalmente acessível onde vale a pena apreciar as fachadas dos edifícios circundantes, harmoniosas e bem preservadas. Num dos extremos desta, que é uma das principais praças da cidade, fica a Igreja de São Francisco.
Igreja de São Francisco
Originalmente em estilo gótico e que na época barroca ganhou profusa decoração com azulejos e talha dourada. O acesso está facilitado por uma rampa, mas a circulação interior nem sempre é possível porque os espaços são estreitos.
Prosseguindo pela Alameda de São Dâmaso, vai encontrar um amplo espaço verde enquadrado pela Igreja de Nossa Senhora da Consolação e dos Santos Passos (5) onde, em agosto, têm lugar as principais festas da cidade – as Gualterianas. O jardim é totalmente acessível, mas a igreja possui escadarias na entrada que impedem o acesso autónomo. A emoldurar este cenário, vê-se no horizonte a Montanha da Penha, uma área a que se pode aceder de automóvel e que possui diversos espaços de lazer, uma mata secular e um Santuário que atrai peregrinações concorridas.
O itinerário prossegue em direção ao núcleo central da cidade, passando pelo Museu de Alberto Sampaio (6) que possui uma importante coleção de estatuária em pedra, mas que não é acessível a pessoas em cadeira de rodas, pela presença de um degrau logo à entrada e pela dificuldade no acesso ao primeiro piso. O museu ocupa grande parte da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, cuja Igreja(7), fundada no do séc. XIV, possui uma escadaria na entrada que impossibilita o acesso autónomo a pessoas em cadeiras de rodas.
Em frente à entrada da Igreja, o Padrão do Salado (8) comemora a vitória naquela Batalha que decorreu em 1340 e possui uma envolvente acessível no Largo da Oliveira (9) um espaço amplo, onde as esplanadas podem por vezes colocar obstáculos à circulação, tal como os passeios estreitos ou não rebaixados.
São de destacar também o conjunto de edifícios que rodeiam este largo, que tal como os da Praça de São Tiago (10) e da Rua de Santa Maria (11) conservam a traça medieval. Já da época barroca são o Convento de Santa Clara (12) onde está instalada a Câmara Municipal e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (13) com acesso difícil para quem se desloca em cadeira de rodas.
Para final da visita deixamos os monumentos mais emblemáticos de Guimarães. O imponente Paço dos Duques de Bragança (15), belíssimo exemplar da arquitetura senhorial do século XV é um edifício gótico que apresenta características pouco comuns em Portugal pela influência normanda. Este é um espaço que poderá ser usufruído por todos – a entrada é nivelada, os espaços são amplos e existe um elevador para acesso ao piso superior. É também disponibilizado equipamento áudio de apoio à visita, um roteiro em Braille e peças para toque que propiciam uma experiência táctil.
Castelo
A vista é bastante complicada para pessoas com dificuldades de locomoção, uma vez que existem diversos degraus, tanto na entrada como nos acessos aos espaços interiores, e o pavimento é irregular. Nesta fortaleza que remonta ao século X nasceu D. Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal, que segundo a lenda foi batizado na Igreja de São Miguel um pequeno templo que não é acessível de forma autónoma. Este monarca é evocado numa estátua, outro símbolo incontornável da cidade de Guimarães e a imagem que encerra este passeio.
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