Bahamas por Francisco Medina. Formado por um arquipélago de 700 ilhas, as Bahamas são um dos destinos mais procurados pelos turistas. São 26 mil quilômetros quadrados de Oceano Atlântico, do mar do Caribe, posicionados pouco além da costa da Flórida, nos EUA.
Deste total, há 14 mil quilômetros quadrados de terra firme, que correspondem às centenas de ilhas deste paraíso tropical, das quais apenas 32 são habitadas. Além delas, há inúmeras ilhotas e rochedos desabitados, que completam o cenário paradisíaco de águas rasas e cristalinas bahamenses.
Inclusive, é exatamente pelo fato de ter águas rasas, que as Bahamas têm este nome. Diz a história que foi Cristóvão Colombo que batizou as ilhas desta forma, em 1492, quando chegou ao leste das Bahamas, no Novo Mundo, na ilha de San Salvador. Ao perceber a profundidade do mar, disse “Baja mar”, ou seja, mar raso. E foi assim, então, que nomeou o local.
Também conhecida por ter as águas mais claras do mundo, com visibilidade de mais de 61 metros, as ilhas Bahamas são habitat de várias espécies de baleias e golfinhos, incluindo as baleias azuis, jubartes, golfinhos pintados e uma infinidade de outros seres impressionantes. Por este motivo, também, Bahamas são muito procuradas pelos turistas para a prática do mergulho.
Piratas na história das Bahamas
Um dos atrativos do fundo do mar bahamense são os naufrágios, muito comumente avistados por lá. Alguns deles são naturais e outros artificiais. Isso porque Bahamas também é um dos locais preferidos dos produtores de cinema para as suas gravações. Ali já foram filmadas cenas para filmes como “O Silêncio dos Inocentes”, “Cocoon 1 & II”, “007 Contra a Chantagem Atômica”, “Flipper”, “Splash – Uma Sereia em Minha Vida”, “Velocidade Máxima 2”, “Tubarão 87 – A Vingança, Nunca Mais Outra Vez” e “Quase Feitos Um para o Outro”.
Em muitas destas produções foi preciso simular naufrágios, e pelo fundo do mar bahamense esses naufrágios permaneceram, tornando-se mais uma atração para o turismo local.
Mas a verdade é que havia piratas, mesmo, nas Bahamas. Por estarem localizadas próximas às rotas de navegação, antes do seu descobrimento por Cristóvão Colombo, as ilhas ofereciam ótimas oportunidades para que piratas e corsários saqueassem os navios de carga que por ali passavam.
Além disso, suas ilhas e ilhotas representavam excelentes esconderijos, especialmente para os tesouros que, segundo a história, até hoje podem estar escondidos no mesmo local.
Um dos piratas mais conhecidos de todos os tempos foi Edward Teach, também conhecido como Barba Negra.
Contudo, registros históricos dão conta de que entre 300 e 400 d.C já havia pessoas habitando as Bahamas, provavelmente vindas de Cuba. Já quando Cristóvão Colombo chegou, em 1492, também havia cerca de 40 mil índios lucaios vivendo nas Bahamas, que chegaram das Antilhas. E o processo de escravização e colonização no local começou a partir de então.
Ingleses, norte-americanos e espanhóis também estiveram presentes na história de Bahamas e, por isso, estes povos muito influenciaram a formação da cultura e costumes da população bahamense.
Foi em 1783 que Bahamas tornou-se independente das forças espanholas, mas apenas em 10 de julho de 1973, declarou a sua independência com relação à Grã-Bretanha, encerrando um período de 325 anos de domínio britânico.
Mesmo assim, até hoje, pode-se notar a influência da cultura britânica nos hábitos dos bahamenses, por exemplo, ao ver motoristas dirigindo do lado direito.
Povo e cultura das Bahamas
Bahamas têm, em média, 305 mil habitantes, sendo que 70% deles vivem na ilha de New Providence, onde fica a capital de Bahamas, Nassau. Só por curiosidade, quem nasce em Nassau é chamado de nassoviano.
Pela influência norte-america, a língua oficial de Bahamas é o inglês, mas o inglês bahamense. Isso quer dizer que se você já tem um pouco de familiaridade com o inglês dos EUA, por exemplo, não terá grandes problemas para se comunicar na região. Aos poucos se habituará aos dialetos característicos, influenciados pelos escravos africanos, imigrantes ingleses e de outras regiões.
Por exemplo, o “h” não é utilizado no vocabulário, quando a pronúncia da palavra “house” transforma-se em “ouse”.
Embora a moeda utilizada nas Bahamas seja o dólar bahamense, que é equivalente ao dólar americano, para os turistas, não há problemas em utilizar a moeda norte-americana. Não se preocupe em trocar dinheiro para ir às Bahamas.
Metade de toda a renda gerada pelos bahamenses é resultado do mercado de turismo, que também é o principal empregador da população local, direta e indiretamente. Mas as Bahamas também são grandes exportadoras de produtos farmacêuticos e refinados de petróleo, cimento, rum e lagostim.
Falando em produtos medicinais, outra peculiaridade dos bahamenses, em especial da ilha de Cat Island, é a utilização de plantas medicinais para a preparação de remédios contra dores de cabeça, pressão alta, diabetes, tosse e coceira, por exemplo.
Esta é uma herança deixada pelos escravos africanos, que se tornou tradição local. Existem cerca de 100 plantas consideradas confiáveis para tratamento de doenças, entre elas a sálvia branca e sálvia espanhola, bagarina, folha de gravioleira, cascarilha, sailor’s flower, crab bush, pond bush, folha de hibisco e a folha de figo.
Mergulho nas Bahamas
Opções de praias não faltam para mergulhar nas Bahamas, e em todas elas é possível encontrar uma grande variedade de corais, peixes supercoloridos, tartarugas e outros pequenos e grandes seres, como os tubarões.
Todos os hotéis oferecem opções de mergulho, e você pode optar pelo tipo de aventura que deseja. Em uma das opções oferecidas, você mergulha a 10 metros de profundidade e acompanha vários tubarões, inclusive no momento da sua alimentação. Tudo isso, claro, acompanhado por mergulhadores profissionais, experientes e equipados.
O barco para em um determinado local, onde parece que os tubarões já conhecem, e ali eles se aproximam para se alimentar.
Aparecem 10, 20, 30 tubarões de uma só vez, e o mergulhador vai os alimentando um a um, com uma vara de inox. Quando a alimentação termina, o mergulhador volta para a embarcação, e o passeio continua pelas águas de Bahamas.
E você deve estar se perguntando: mas e os tubarões? Vão embora, demonstrando que estavam ali para se alimentar! É um passeio um tanto quanto especial!
De toda forma, se você não tem esta disposição, pode fazer outros tipos de mergulho, ou matar a curiosidade de como é a vida no fundo do mar das Bahamas em um dos resorts mais luxuosos da praia de Paradise Island, que fica ao lado da ilha de New Providence. É o Altantis, cujo nome e decoração fazem menção à legendária cidade de Atlântida.
Com muito bom gosto e requinte, o hotel possui um dos mais fantásticos parques aquáticos das Bahamas, com toboáguas de vários tipos e tamanhos, que passam por dentro de um gigante aquário marinho de água salgada, com inúmeros peixes, tubarões e arraias jamantas. Além disso, o Atlantis oferece brincadeiras com golfinhos e atividades esportivas. Qualquer pessoa interessada pode comprar um ingresso e se encantar com as maravilhas de Bahamas no Atlantis.
Festas e festivais em Bahamas
Para quem curte o carnaval brasileiro e vai às Bahamas entre 26 de dezembro e 1° de janeiro, também existe a possibilidade de participar de uma festa muito parecida: o Junkanoo.
Trata-se de um desfile que começa nas primeiras horas da madrugada. As pessoas formam espécies de blocos, escolhem um tema e, com base nele, desenvolvem suas fantasias. Com tudo pronto, saem dançando pelas ruas ao ritmo de tambores, apitos e chocalhos.
Ao final do festival, um júri escolhe o grupo que será premiado, de acordo com a melhor música, melhor fantasia e o melhor desempenho durante o desfile. Bem parecido com os desfiles de escola de samba do nosso carnaval!
Os desfiles de Junkanoo com mais destaque acontecem em Nassau e Grand Bahama, Eleuthera/Harbour Island, Bimini e nas Abacos. Em alguns locais os turistas também podem participar dos desfiles e há barracas para venda de comidas típicas.
A primavera é outro período de festas, igualmente de destaque nas Bahamas. Entre 28 de fevereiro e 10 de abril acontecem várias festas na praia, shows musicais e eventos de esporte.
Holofotes e casamentos em Bahamas
A exclusividade e as belezas naturais das ilhas Bahamas inspiram o romantismo e também fazem deste paraíso um dos destinos mais procurados para a realização de casamentos.
Quem pretende colocar em prática este sonho precisa pagar uma taxa de U$ 150, apresentar passaportes e uma declaração garantindo que os noivos são desimpedidos, além de chegar ao local escolhido com 24 horas de antecedência do horário marcado para a cerimônia, que será celebrada por sacerdotes ecumênicos.
O exemplo de um dos astros que se casou nas Bahamas é a modelo Cindy Crawford, sem contar com a lista de famosos que têm propriedades no local, como Nicholas Cage, Julia Roberts e Robert de Niro.
O galã Johnny Depp também se apaixonou pelo cenário de gravação do filme Piratas do Caribe e comprou uma casa, para trazer as ilhas Bahamas para a sua vida real.