Alcântara a cidade monumento do Maranhão. Cercada por praias, ilhas desertas, serena e tranquila, Alcântara pode se orgulhar de ser também a mais importante cidade histórica da Amazônia, foi a primeira cidade maranhense tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1948, como cidade-monumento.
Seu casario colonial preservado e imponente e o silêncio de suas ruínas guardam reminiscências de um passado glorioso, um tempo de riqueza, de fausto, de famílias nobres e numerosa população escrava. Os atrativos começam logo na descida do barco, no Porto do Jacaré e subindo a ladeira de mesmo nome, que conduz ao coração da cidade: o largo onde se encontram as ruínas da Igreja da Matriz, a antiga cadeia e o pelourinho, ícones máximos das sociedades coloniais e escravagistas brasileiras, as igrejas coloniais, fontes e os museus.
Todo o centro antigo pode ser visitado a pé. Tão importante quanto apreciar os monumentos é ouvir dos moradores ou guias turísticos locais, as histórias que tornam Alcântara ainda mais encantadora.
fica a dica do Chico para Alcântara
Por todo o centro histórico de Alcântara o calçamento é de pedra e algumas ladeiras, como a do Jacaré, exigem fôlego. Além disso, o sol e o calor normalmente são intensos, o que sugere o uso de protetor solar, óculos escuros, sandálias ou tênis e roupas leves. Chapéus ou bonés também são bem-vindos.
Praça da Matriz de Alcântara
Chegar à Praça da Matriz de Alcântara significa adentrar ao coração da cidade. Muito mais que sua arquitetura diferenciada, a praça, cercada por elegantes construções coloniais, representa o local dos acontecimentos sociais da cidade, algo como a Plaza Mayor das cidades hispânicas.
Nesse espaço, onde ainda hoje pode ser visto o pelourinho utilizado nos tempos da escravidão, se concentram atividades vitais e representativas do sistema democrático alcantarense como a Prefeitura e Câmara dos Vereadores, Cartório, Museus e Fórum Municipal.
Casa do Divino
Casarão em estilo colonial com balcões de sacada de ferro, portais emoldurados com pedra de lioz e azulejos. O local, também chamado de museu, é reservado para a guarda de objetos ligados ao Divino Espírito Santo, a tradicional e mais importante festa religiosa da cidade. Vestimentas, instrumentos, estandartes, altar e joias estão expostos para apreciação dos visitantes neste endereço, onde acontecem parte das festividades do Divino e é ponto de visita obrigatório.
Não se sabe ao certo a data de construção do edifício que, por suas características, deve datar do final do século XVIII. Atual Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores de Alcântara, chegou a abrigar a Penitenciária Estadual até meados do século XX. Uma das construções mais surpreendentes da cidade, encontra-se isolada, com merecido destaque, no conjunto da Praça Matriz. Abrigando antigas celas no seu andar inferior e uma das mais belas vistas da Ilha do Livramento na sua varanda, que na época tinha acesso restrito aos membros da Casa da Câmara, dizia-se sem ironia: aos encarcerados, o claustro, e à Casa da Câmara, o Livramento.
Museu Histórico Artístico de Alcântara
Parte da história de Alcântara, do modo de vida dos seus moradores e da religiosidade da sua gente, pode ser conhecida neste museu, que ilustra a opulência da cidade quando esta era habitada por barões. Instalado em um casarão colonial do século XIX, revestido de azulejos portugueses na fachada, o Museu de Alcântra tem um acervo precioso. São pinturas, peças de mobiliário, louças, objetos de adorno e de arte sacra com exemplares de santos maranhenses dos séculos XVII ao XIX, além de vitrines que expõem finas joias do tesouro de irmandades religiosas, como as de São Benedito, Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora
Igrejas Coloniais dos Séculos XVIII e XIX
Em Alcântara, os templos católicos do período colonial formam um capítulo à parte. A começar pela Igreja de São Matias, do século XIX, que não resistiu à passagem do tempo e desabou quase que totalmente, embora suas ruínas permaneçam de pé, formando, junto ao pelourinho e casarões que a circundam, um incomum e belo cartão-postal. Depois de passar por obras de restauração, a igreja e convento de Nossa Senhora do Carmo, construída a partir de 1660, se destaca com seus belos painéis de azulejos, esculturas e altares e, detalhe que não pode passar despercebido: um retábulo com talha dourada em estilo rococó.
Menos pomposa, mas também importante, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos merece ser visitada. Localizada na Rua Silva Maia, no bairro Caravela, e também conhecida como Igreja do Galo, foi construída em 1780 e benzida em 1803, quando recebeu a imagem da Santa e de São Benedito, padroeiro do povo negro.
É na praça da igreja que, no mês de agosto, acontece uma das mais importantes festas religiosas e culturais do município, a Festa de São Benedito.
Uma curiosidade: sendo os negros proibidos ou desencorajados a frequentarem as principais igrejas da cidade, eram eles obrigados a professarem sua fé na Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Prática que, naturalmente, não existia apenas em Alcântara.
Fonte das Pedras
A Fonte das Pedras foi construída no século XVIII para abastecimento de água. Localiza-se na Rua Pequena, e, na simplicidade de seu estilo, pode-se notar a beleza de suas linhas.