Política na Turquia.Este item esta em produção para entrar no site. Mas segue o que já temos. A política na Turquia é caracterizada por um sistema presidencialista e uma dinâmica de poder bastante polarizada, com influência de uma forte liderança política ao longo das últimas décadas.
1. Sistema de Governo
A Turquia tem um sistema presidencialista, estabelecido pela reforma constitucional de 2017, que consolidou o poder no presidente, transferindo muitas atribuições que antes eram do primeiro-ministro para o chefe do Executivo. Esse sistema é mais centralizado, dando ao presidente um controle significativo sobre o governo e o parlamento.
2. O Presidente
Atualmente, o presidente é Recep Tayyip Erdoğan, que exerce uma grande influência política desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro em 2003. Ele foi eleito presidente em 2014 e, com a reforma constitucional, passou a ter ainda mais poder. Erdoğan é o líder do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), um partido de orientação conservadora e islamista moderada.
Ele tem sido uma figura polarizadora: enquanto seus apoiadores o veem como um líder forte e eficaz que ajudou a modernizar a economia e fortalecer a posição da Turquia no cenário global, seus opositores o acusam de autoritarismo, repressão à liberdade de imprensa, manipulação do sistema judiciário e enfraquecimento das instituições democráticas.
3. Partidos Políticos
- AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento): Fundado por Erdoğan, é o partido dominante. Defende políticas conservadoras, com ênfase no islamismo moderado, e tem uma plataforma econômica pró-mercado. Seu governo tem sido criticado por mudanças que enfraqueceram a separação de poderes.
- CHP (Partido Republicano do Povo): Fundado por Mustafa Kemal Atatürk, o CHP é o maior partido da oposição e é secular, de centro-esquerda. Defende a modernização do país e a preservação dos princípios de Atatürk (laicidade e democracia).
- MHP (Partido de Ação Nacionalista): De orientação nacionalista, está aliado ao AKP em muitas questões, especialmente em relação à segurança e à política externa. Seus membros tendem a apoiar Erdoğan em temas críticos.
- İYİ Parti (Partido do Bem): De centro-direita, é uma oposição crítica ao governo, com ênfase em questões econômicas e sociais, além de defender mais liberdade para as minorias.
- HDP (Partido Democrático dos Povos): Este partido de esquerda tem uma base significativa entre os curdos e outros grupos minoritários. Embora defenda os direitos das minorias e uma maior autonomia para os curdos, seus membros têm sido perseguidos pelo governo, e muitos de seus líderes foram presos.
4. Conflitos Internos e Externos
- A questão curda: A Turquia tem enfrentado uma longa luta contra o PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), um grupo separatista curdo, e há tensões relacionadas aos direitos dos curdos na Turquia. O governo tem adotado uma postura dura contra o PKK e, em alguns casos, contra os curdos em geral, o que tem gerado críticas internacionais.
- A questão da liberdade de imprensa: O governo de Erdoğan tem sido acusado de restringir a liberdade de imprensa. Muitos jornalistas e meios de comunicação críticos ao governo enfrentaram perseguições, censura ou fechamento. A Turquia ocupa uma das posições mais baixas no ranking de liberdade de imprensa do Repórteres sem Fronteiras.
- Relações externas:
- União Europeia: A Turquia já foi candidata a se tornar membro da UE, mas as negociações estão estagnadas há anos devido a questões políticas internas e externas, como a repressão a opositores, a questão curda e o tratamento aos refugiados.
- Relações com os EUA e NATO: A Turquia é membro da OTAN, mas as relações com os EUA, principalmente, se tornaram tensas nos últimos anos devido a questões como a compra de sistemas de defesa russos e a situação na Síria.
- Síria e Oriente Médio: A Turquia tem se envolvido em conflitos na Síria, principalmente no norte, onde suas forças militares têm enfrentado tanto o PKK quanto as forças curdas sírias (YPG). Além disso, a Turquia se posiciona contra o regime de Bashar al-Assad.
5. Economia e Política Interna
A Turquia tem uma economia complexa. Nos últimos anos, o país enfrentou uma alta inflação, uma desvalorização da lira turca e problemas econômicos internos, o que afetou a popularidade do governo. Apesar disso, Erdoğan ainda tem um forte apoio de uma parte da população, especialmente entre os mais conservadores e nas áreas rurais.
6. Reformas e Mudanças
Desde que se tornou presidente, Erdoğan tem implementado uma série de reformas que ampliaram o controle do Executivo, incluindo a remoção de juízes e procuradores críticos ao governo e a alteração de leis e constituições para permitir maior controle político. Isso gerou críticas de organizações internacionais, que alegam um retrocesso democrático no país.
7. Tensões sociais e polarização
A sociedade turca está altamente polarizada. Por um lado, há quem apoie a visão conservadora de Erdoğan, com ênfase na religião e na identidade nacional turca; por outro lado, há um movimento laico e secularista que vê as políticas do governo como uma ameaça à identidade original do país, que se baseia nos princípios de Mustafa Kemal Atatürk.
Em resumo, a política turca é um jogo complexo de alianças e tensões internas e externas. O país vive um momento de grande polarização, e as decisões políticas tomadas no governo de Erdoğan têm um impacto profundo na vida social, econômica e internacional da Turquia.

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