Palácio La Moneda em Santiago do Chile. É tradicional ao extremo. Olha eu na foto acima em 2024. O edifício do século 18 é sede da presidência e foi palco de passagens dramáticas da história chilena, como o suicídio, em 1973, do então presidente Salvador Allende, depois de que o general Augusto Pinochet anunciou a tomada do Palácio, para então iniciar uma das piores ditaduras do continente sul americano.
Hoje, é um dos pontos turísticos mais tradicionais da capital, e o melhor de tudo! Pode ser visitado. Quer dizer, seu pátio interno, com algumas esculturas, pode ser conferido.
Há alguns anos, um anexo foi aberto à visitação, o Centro Cultural La Moneda, que oferece loja de artesanato, exposições temporárias, exibição de filmes e um espaço dedicado à compositora Violeta Parra, autora de clássicos como Volver a los Dezessiete, que teve uma gravação que fez muito sucesso nas vozes de Milton Nascimento e Mercedes Sosa.
O Palácio fica na Plaza de Armas, num conjunto arquitetônico composto pela Catedrasl, prefeitura e outros prédios como a Casa Colorada (onde funciona o museu de Santiago) e o Palácio de La Real Audiencia, que abriga o Museu Histórico Nacional.
Vamos a mais um pouco de história ?
Até 1730, a economia do Reino do Chile sofreu uma grande depressão, razão pela qual em 1732, o Cabildo de Santiago decidiu solicitar ao Rei de Espanha o estabelecimento de uma casa de dinheiro na cidade. La Corona não tinha recursos para enfrentar tal empresa, porque se resolveu que foi um particular que assumiu.
Foi assim como o adinerado comerciante espanhol estabelecido em Santiago, don Francisco García Huidobro, constituiu-se como Tesorero Perpetuo, e adquiriu a casa da esquina do ponto de Huérfanos com Morandé, conhecida como Palacio Viejo, onde em 10 de setembro de 1749 foi acuñada em ouro a primeira moeda com a imagem de Rey Fernando VI. Depois da morte de García Huidobro, a Casa de Moneda foi transferida para o antigo colégio jesuíta localizado em um costado da igreja da Companhia.
As instalações não foram reunidas, no entanto, as condições necessárias para essas funções, por isso, em 1780, o governador Agustín Jáuregui propôs construir um edifício para tal fim. O escolhido para realizar o projeto foi o arquiteto romano Joaquín Toesca y Ricci, que teve a participação nas numerosas obras públicas realizadas pela monarca espanhola Carlos III.
Toesca determinou que o local mais adequado para construir o edifício era o Colégio Carolino, conhecido desde então como o solar de los Teatinos. Desta forma, em 1784 começaram as obras e no ano seguinte empezaron a trazer os materiais necessários: cal de la hacienda Polpaico; arenas do rio Maipo; pedras coloridas da cantera do cerro San Cristóbal; pedra branca do Cerro Blanco; madeira de roble e ciprés dos bosques valdivianos; cerrajería e forja espanhola de Biscaia; e 20 variedades de ladrillos horneados em Santiago para a construção de dinteles, esquinas, pisos, molduras, e dos sólidos muros de mais de um metro de espesor. Toesca não pôde terminar sua obra, morreu em 1799. O engenheiro militar Agustín Cavallero continuou seu trabalho.
Em 1805 e faltando algumas terminações, o governador Luis Muñoz de Guzmán inaugurou a Real Casa de Moeda de Santiago do Chile, considerada por alguns especialistas como o melhor e mais armonioso edifício civil da América Colonial.
De um estilo neoclásico puro e com influências do dórico romano, o edifício é um volume horizontal que em virtude de sua composição retilínea transmite força e estabilidade. Orientada sua fachada principal para a rua Moneda, e suas dependências, -alhajadas ricas, mas sobriamente- se distribuem pelo largo de caminhos transversais e longitudinais que dão lugar a diversos pátios, fontes de luz e serenidade. Em 1846, nas instâncias do Presidente Manuel Bulnes, o edifício foi convertido em residência presidencial e sede do governo, e até 1922 foi realizado em seus trabalhos de acuñación.
O imóvel foi objeto de diversas modificações ao longo dos anos, introduzidas pelos diversos mandatários. O entorno de La Moneda foi objeto de uma grande remodelação a partir de 1930, que ficava em sua fachada, constituindo praças em ambas as frentes e rodeando o Palácio de Austeros edifícios destinados a hospedar instituições públicas.
A última grande restauração que ocorreu foi motivada pela penosa destruição que foi objeto do golpe militar de 1973. Estudou na direção de arquitetura do Ministério de Obras Públicas e culminou em 1981; buscando devolver plena vigilância à concepção original de Toesca. El Palacio conserva hoje o estilo, a força e a harmonia que imprimiu seu artifício. Ello, unido às funções que foram cumpridas, faz deste edifício um imóvel de grande valor patrimonial.
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